In Flames Underneath My Skin O Fogo do Jogo Sob a Pele

In Flames Underneath My Skin — essas palavras tatuadas nas costas de Bruno não eram só uma homenagem à sua banda favorita. Eram o reflexo literal do que sentia toda vez que entrava em um cassino clandestino nos fundos de São Paulo.

Bruno era um jogador compulsivo, mas não qualquer um. Ele tinha talento, carisma e um histórico impressionante de vitórias em jogos de poker de alto risco. Contudo, por trás do olhar confiante, havia algo queimando lentamente — uma chama que crescia a cada aposta perdida, a cada dívida não paga, a cada noite passada sem dormir.

Tudo começou com uma vitória inesperada num torneio local. Ele entrou como um azarão, mas saiu com R$ 100.000 no bolso. O gosto da vitória misturado ao tilintar das fichas acendeu algo nele. Desde então, Bruno vivia para as cartas, para o blefe, para a emoção do tudo ou nada.

Mas com o tempo, o fogo começou a arder mais forte — sob a pele. A vitória já não bastava. Ele precisava apostar mais, correr mais riscos, ir além. Vendeu o carro, depois o apartamento. Sua esposa o deixou. Os amigos desapareceram. Mas ele continuava sorrindo, convencido de que a próxima mão mudaria tudo.

Foi num jogo em Itapecerica da Serra que sua sorte virou de vez. Perdeu R$ 300 mil numa noite, apostando contra um cartel colombiano que não aceitava derrotas. Desde então, Bruno vive escondido, trocando de endereço a cada semana, tentando apagar a chama que ele mesmo acendeu.

Hoje, suas tatuagens desbotadas contam a história de um homem consumido por dentro. “In Flames Underneath My Skin” deixou de ser apenas uma letra de música — virou sua maldição. E ele sabe: o fogo do vício não se apaga com água. Apenas com o fim da aposta.

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