Muro do Classic Rock in Flames expõe rede de apostas ilegais durante shows underground

Muro do Classic Rock in Flames deixou de ser apenas um grafite lendário em São Paulo homenageando bandas como Led Zeppelin, Deep Purple e In Flames. Recentemente, o icônico mural virou cenário de um escândalo envolvendo apostas ilegais em eventos de rock underground, movimentando milhares de reais em esquemas não autorizados.

De acordo com uma investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo, casas de shows localizadas próximas ao “muro em chamas” estavam sendo utilizadas como ponto de encontro para apostadores que lucravam com performances musicais ao vivo. O funcionamento era simples, mas engenhoso: antes dos shows, os apostadores faziam “bets” em resultados como qual banda receberia mais aplausos, qual vocalista quebraria o instrumento ou até qual música encerraria o evento.

Embora pareça inofensivo, o esquema gerou prejuízos a produtores locais e levantou suspeitas de manipulação dos próprios artistas, que passaram a adaptar os shows conforme os palpites mais apostados — em troca de pagamento pelos organizadores da aposta.

As apostas eram registradas através de um grupo no Telegram chamado “RocksBet666”, que já contava com mais de 8 mil membros ativos. A Polícia Civil fechou temporariamente dois estabelecimentos que estariam ligados ao esquema e prendeu três pessoas, incluindo um ex-promotor de eventos da cena rock paulistana.

A revelação da fraude abalou a confiança da comunidade musical independente, que há décadas considerava o Muro do Classic Rock in Flames um símbolo de rebeldia artística — agora manchado por interesses financeiros ilegais. Ainda assim, bandas locais pedem que o muro continue de pé, como um lembrete de que a música deve permanecer livre da corrupção e da ganância.

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